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Para Rogério Marinho (PSDB), o governador Robinson Faria (PSD) não tem conseguido fazer o dever de casa.

Rogério Marinho (Foto: publicação) 

O entrevistado do “6eis Perguntas” de hoje é o economista e deputado federal, em seu terceiro mandato, Rogério Marinho. Rogério reconhece que o RN está em colapso financeiro; e diz que o governo do PT foi um governo de equívocos. Quanto à reforma trabalhista e uma provável rejeição ao seu nome em 2018, Rogério diz que foi eleito em 2014 já defendo as reformas e que todo homem público deve está ciente das consequências de seus atos, sejam elas positivas ou negativas. Ao falar sobre ex-candidato a prefeito Tião Couto demostrou admiração pelo mesmo, sobretudo pela sua história de vida.  

Vejam:   

1- Deputado, o governador Robinson Faria sempre enfatizou em sua campanha eleitoral que seria o Governador da Segurança. No entanto, desde o início de sua gestão administrativa, o cidadão norte-rio-grandense se sente cada vez mais à mercê da própria sorte, pois é nítido que a segurança pública é um dos mais graves problemas do RN. Na sua opinião, a falta de segurança pública no Estado é um problema decorrente de falta de recursos financeiros ou provém da ausência de uma política pública efetiva, competente? É problema de falta de dinheiro ou de falta de gestão?

RM- O fato é que o problema da insegurança não é apenas no RN, ocorre em todo o Brasil. Os últimos 13 anos de gestão do PT fragilizaram bastante a segurança pública no país. Desde a questão das fronteiras, onde a falta de investimento permitiu entrada de drogas e armas em grandes quantidades, até o ataque do estado brasileiro ao instituto das famílias, que desarticulou e desagregou a sociedade brasileira em relação aos seus valores. O estatuto do desarmamento também contribuiu para a situação em que o Brasil se encontra. São 60 mil mortes por ano, isso mostra que quem está se armando são os bandidos e que as forças de segurança não conseguem responder a altura.

No Rio Grande do Norte temos uma mistura. O Estado está em colapso financeiro e o governador não tem conseguido fazer seu dever de casa no sentido de resolver as finanças públicas. Temos um Estado onde os demais poderes – Judiciário, Legislativo, Ministério Público – capturam boa parte das correntes líquidas, bem acima da média dos demais estados brasileiros. Ou seja, são ilhas em mar de dificuldades. Como esses poderes recebem duodécimo, seus funcionários não tem atraso, não passam dificuldades. Mas a administração pública central não tem estrutura de saúde, a educação é precária, não temos condições de segurança para conter essa situação. Aliado ao fato de que o próprio sistema de segurança pública está sucateado, com salários atrasados e sem condições de investir em melhorias. É uma situação ruim e crescente. O problema tem a ver com falta de recursos econômicos, mas também por dificuldades de gestão, já que governador não consegue arrumar a casa, precisa tomar medidas duras e necessárias, mas que desagradariam setores da sociedade. O fato dele querer agradar todo mundo,  acaba desagradando todos também.

2- Deputado, como relator do Projeto da Reforma Trabalhista, o senhor em algum momento temeu pela desaprovação popular, por alguma rejeição ao seu nome, por um eventual insucesso eleitoral como consequência da defesa dessa Reforma?

RM- Eu fui eleito pelo povo do RN com mais de 80 mil votos em 2014 e por ocasião da minha eleição defendi publicamente a necessidade de reformas. Disse que o governo da época era de equívocos, que o PT errava na politica econômica, que o excesso de interferência no Estado gerava distorções da econômica. O fato de estarmos como relator de um projeto tão importante se enquadra na proposta que fizemos aos eleitores do Estado em 2014. Ademais, qualquer homem público precisa ter consciência de que suas ações terão consequências, positivas ou negativas. Precisamos ter coragem de ter essas posições. Não tenho dúvida de que a modernização será extremamente importante para o país. O Brasil precisa se modernizar, sair do século 20 para o 21, precisa incorporar novas formas de contratação, como fizemos no projeto, e é evidente que o tempo é o senhor da razão. Ao longo dos próximos dois anos, os trabalhadores verão que a reforma os favorece, favorece a geração de empregos, a segurança jurídica, a produtividade no país, formaliza uma série de situações que estão atualmente precarizadas, aumenta a arrecadação e gera empregabilidade.

3 – Ainda em relação a Reforma Trabalhista, ela não recebe críticas apenas dos sindicatos, mas também de órgãos da Justiça do Trabalho. A que o senhor atribui essas críticas?

RM- O Brasil há muito tempo foi apropriado por corporações, que se acham donas do nosso país. Tenho recebido críticas à reforma principalmente de associações e sindicatos, que não representam o conjunto dos operadores do Direto. Temos juízes, desembargadores, ministros, membros do MP que entendem e aplaudem a reforma, como há o contrário. Na democracia é salutar que exista o contraditório. O que não é razoável, é que após a aprovação da reforma, alguns membros do Judiciário se neguem a aplicar a lei. A esses, precisaremos recorrer até ao próprio Judiciário para garantir a segurança jurídica do país.

4 – O senhor votou a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e votou pelo arquivamento da denúncia contra Michel Temer. O senhor agiu por conveniência nestas votações?

RM- O RN me conhece, sabe que faço oposição a Lula e Dilma há pelo menos uma dezena de anos. Tenho combatido as políticas equivocadas, os desastres cometidos contra o país, a forma como o país era tratado, o fisiologismo, patrimonialismo, prática exacerbada do governo do PT. Me senti absolutamente tranquilo e convencido que o impeachment de Dilma era a oportunidade de colocarmos o país no rumo, tirando as sandices cometidas pelo PT. No caso do presidente Michel Temer está claro hoje que o que pensávamos na época era verdadeiro. Iríamos retirar um presidente por delação de um réu confesso que montou uma estratégia clara para derrubar um governo. Nossa convicção foi muito forte, preferimos pagar o preço da impopularidade do que deixarmos o país, num momento de retomada de crescimento econômico, em situação de absoluta instabilidade política e de reversão dos índices econômicos que já surgiam na época. Defendo uma agenda de reformas, o PSDB colocou essa agenda na mesa. O Brasil passa por um momento que é o pior da sua história republicana, desde 1901 não se tem notícia desse desastre econômico deixado pelo PT. Tivemos queda de quase 10% do PIB em 2015 e 2016. Começamos a retomar a economia após retirada de Dilma do poder. Não podia ajudar no retrocesso econômico do país e por isso votei pela permanência de Temer, até porque, após 2019 ele será processado e terá condições de se defender na primeira instância. Minha posição foi sempre a favor do país.

5- Deputado, o PSDB terá candidato próprio ao Governo do Rio Grande do Norte nas eleições de 2018, ou, a exemplo do que fez nas últimas campanhas eleitorais, irá apoiar algum candidato de outro partido, numa composição multipartidária?

RM- Diante do quadro político nacional e estadual, não dá para fazer prognósticos, porque a situação está mutável. Mas o PSDB tem mais de 20 prefeitos, gestores de cidades importantes, de colégios eleitorais relevantes, tem mais de 150 vereadores, lideranças políticas importantes nos 167 municípios potiguares, tem 5 deputados estaduais – inclusive o presidente da Assembleia Legislativa, conta comigo como deputado federal, está entre os 3 maiores do Estado e ainda terá uma importante candidatura a presidente da República. Então é normal que tenhamos a pretensão de disputar o pleito majoritário. É nossa intenção que isso aconteça, é nosso objetivo, mas isso dependerá da conjuntura política.

6- Em relação ao empresário Tião Couto, ex-candidato a prefeito de Mossoró, ele terá que espaços no PSDB nas eleições de 2018? Como anda a relação dele com os líderes do partido no estado, especialmente o senhor?

RM- Tião é uma das surpresas positivas que a política do Estado nos trouxe. É um empresário sério, vencedor, homem de bem, com história belíssima de superação e esforço pessoal, que gera empregos, faz e executa. Tem perfil de empreendedor, que é o que a população está querendo. No partido ele tem qualquer espaço. Poderá ser candidato a governador, ao Senado, a deputado federal. Depende muito mais da posição dele do que do próprio partido. As candidaturas precisam ser viabilizadas e Tião entende perfeitamente essa situação e tem trabalhado, percorrido o RN conhecendo experiências exitosas em todas as áreas, está se preparando para disputar a eleição e é um membro valioso do nosso partido. Nossa relação é a melhor possível, tenho confiança, admiração e respeito por Tião, é um quadro que o RN vai conhecer, a exemplo de Mossoró, e vai se surpreender com seus valores e a capacidade de Tião.

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