Marielle Franco (Foto: publicação)
Do Blog do Tio Colorau.
Na última quarta-feira, por volta das 21h30, a socióloga Marielle Franco, que exercia o cargo de vereadora no Rio de Janeiro (RJ) pelo PSOL, foi assassinada na Rua Joaquim Palhares, no Estácio, região central da capital. Ela vinha de um evento denominado “Jovens Negras Movendo as Estruturas”.
Marielle, que foi eleita com 46,5 mil votos, tinha um histórico de lutas em prol das minorias, como negros, mulheres, gays; além de defensora dos direitos humanos. Desde o início posicionou-se contra a intervenção militar no Rio de Janeiro. Após a implantação, passou a usar as redes sociais para denunciar abusos dos agentes responsáveis pela segurança naquele estado.
Por ser uma árdua crítica dos agentes de segurança, é natural que eles sejam os primeiros alvos da investigação do crime. Não podemos, contudo, ser irresponsáveis a ponto de acusar sem nenhuma prova robusta. Deixemos isso para as autoridades competentes que irão apurar os fatos.
O que se viu nas redes sociais no pós-assassinato foi um show de postagens lamentáveis, algumas provocadoras de asco. A divisão do país foi escancarada da pior forma possível, através de postagens do tipo: “Quem apoia bandido um dia será alvo deles”, “Será que dessa vez os direitos humanos também irão apoiar os assassinos?”, “As outras vítimas da violência desse país não são importantes como a vereadora?”.
Uma mistura de falta de conhecimento com desumanidade, ódio e falta de respeito com a vida alheia. A que ponto chegamos? Os preceitos bíblicos estão cada vez mais sendo esquecidos dentro dessa divisão política que assola o país. As pessoas estão se tornando bichos irracionais prontos para atacarem quem lhes parece presas.
Nas minhas redes sociais, fiz um pequeno post comparando a morte da ativista Marielle Franco com a do ativista Chico Mendes: ambas seriam um marco e jamais seriam esquecidas. Logo veio alguém mencionar o assassinato de Celso Daniel, ex-prefeito de Santo André (SP).
Abro aqui um parêntese.
O prefeito petista Celso Daniel foi assassinado em 2002 por uma quadrilha oriunda da favela Pantanal, zona sul de São Paulo. Os acusados confessaram o crime e disseram não saber de quem se tratava. As investigações concluíram que se tratou de um crime comum. Se o prefeito participava de uma esquema de propinas envolvendo o seu partido, isso é outra história. Essa história de “ameaçar denunciar esquema” foi um tempero adicionado pelos que querem transformar essa morte num crime político.
Fecho o parêntese.
Deixemos nossas convicções de lado. A hora é de nos unirmos para que este Florão da América não se transforme numa Sarajevo, numa Colômbia. Os responsáveis pelo crime em tela devem ser identificados e exemplarmente punidos. O assassinato de autoridades públicas é o passo anterior ao abismo.
Nota da Chris:
Postagem sem retoques.