Izabel Montenegro (Foto: Web)
Continuando a série de entrevistas no “6EIS PERGUNTAS” a entrevistada de hoje é a presidente da Câmara Municipal de Mossoró, Izabel Montenegro (PMDB). Izabel afirma que a prefeita Rosalba (PP) é a mais interessada em atender os anseios da população. E mais: como encontrou as finanças da CMM, as dificuldades que atravessa o PMDB e sobre a atual legislatura. Leia:
– A senhora foi eleita presidente da CMM numa eleição apertada. Dentro deste quadro, quem mais lhe cria ou lhe traz problemas: a situação ou a oposição?
Graças a Deus, hoje, nenhuma bancada me cria problemas, o que existe são divergências no campo ideológico o que é muito salutar para o fortalecimento democrático.
– A crise financeira nacional trouxe problemas para estados e municípios no que diz respeito a orçamentos. Quais as principais dificuldades que a senhora tem encontrado? Como recebeu as finanças da gestão anterior?
Recebi com débitos consideráveis de INSS e PREVI, das gestões de Francisco José Júnior e Jório Nogueira, como também de alguns fornecedores da CMM, porém o maior débito é com direitos trabalhistas de cargos comissionados e assessores que algumas gestões pagavam somente dos mais próximos.
– Izabel, o PMDB do RN tem passado por dificuldades, inclusive com o ex-deputado Henrique Eduardo, e isso reflete em Mossoró, com carência de lideranças. O partido precisa de uma renovação?
Claro que reflete em todo estado, Henrique tem comandado o PMDB, com maestria, desde a morte do seu pai Aluízio Alves, conhece cada Presidente Municipal e a situação de cada diretório, sabe onde e como deve mexer para o fortalecimento da sigla, a sua ausência, mesmo que momentânea, é ruim, haja vista estarmos nos aproximando das eleições gerais de 2018. O surgimento de novas lideranças é um processo natural, inclusive o Vice-Presidente estadual, Deputado Walter Alves, é parte fundamental dessa renovação, em nosso quadro temos também vários jovens Prefeitos e Vereadores. O Senador Garibaldi Alves Filho é o maior eleitor do RN, essa condição fortalece sobremaneira o PMDB. A sigla já viveu momentos de baixa e consegui se reerguer, não tenho dúvidas que saberemos superar todas as adversidades e continuaremos a ser o maior partido do Brasil.
– Que apanhado a senhora faz da atual legislatura? Alguns já chegam a dizer que se trata da pior legislatura dos últimos anos, ante o reduzido número de vereadores que se propõem a debater. Essa “ala muda” não diminui o valor da Casa?
Estou em meu terceiro mandato e sempre ouvi a mesma cantilena “essa é a pior legislatura”, já tive feedback de que era a melhor dos últimos tempos pois não tem o permanente campo de batalha da legislatura anterior, com agressões verbais e jogos de cenas. Sempre tem uma ala, em cada bancada, e em toda legislatura, que ouve mais do que fala. Considero bom o início dos trabalhos legislativos pois vivemos o momento mais difícil da história econômica de Mossoró, não ajudará em nada cobrarmos o que não é exequível simplesmente para sair bem na fita.
– Como a senhora analisa os primeiros cinco meses da gestão de Rosalba Ciarlini (PP). Não acha que o discurso de reconstruir Mossoró é uma repetição dos discursos anteriores. Qual sua avaliação?
O mandato da Prefeita Rosalba Ciarlini está dentro do esperado, ela pegou as finanças do Município literalmente quebrada, essa bobagem de dizer que não devemos olhar para retrovisor é uma idiotice. O caso da Câmara? Ainda estou pagando contas de outras gestões e isso tem prejudicado sobremaneira algumas ações que necessitamos executar. Se a situação do Município, do Estado, e do País fosse de bonança a história era outra, mas da realidade ninguém pode fugir. O passivo que ela recebeu é muito mais do que imaginamos! Sem dinheiro, só com varinha de condão fica difícil, impossível mesmo! Nós não estamos no país das maravilhas onde apertamos um botão, entramos no mundo dos sonhos e todos os problemas são solucionados. Todo gestor tem dificuldades imensuráveis no inicio da gestão, principalmente nesse momento de hecatombe econômica em que vive o nosso Brasil. A pessoa mais interessada em atender os anseios da população é a própria Prefeita Rosalba Ciarlini, disto não tenho a menor dúvida!
– O prefeito de São Paulo João Doria (PMDB) declarou que não adianta ficar culpando administrações anteriores e repetir que está arrumando a casa, e sim hora de mostrar serviço, que o importante é trabalhar. O que a senhora acha disso?
É fácil dizer isso com a arrecadação que o Município de São Paulo tem, com os convênios e emendas que a gigantesca bancada federal do estado consegue em Brasília, queria ver se ele teria o mesmo discurso sendo Prefeito de um Município pobre do interior do Nordeste.