Eronildo Pereira (Foto: Waltemberg)
O nosso entrevistado de hoje é o empresário Eronildo Pereira da Master Produções e Eventos.
Eronildo é daquelas pessoas que todos querem por perto: simples, reservado, educado, atencioso, competente, caridoso, amigo dos amigos, além de um empreendedor nato.
Como estamos atravessando um momento inesperado com a chegada da pandemia, o blog procurou Eronildo para saber como tem se comportado o setor de eventos com esse novo normal, vez que este é a área mais afetada, sem dúvida. Foi uma das primeiras a parar e será dos últimos a retornar. Entrevista esclarecedora e cheia de boas revelações.
E, claro, como não poderia perder a oportunidade, aproveitamos para conhecer um pouco mais, pois Eronildo, apesar de trabalhar com eventos e manter contato com muitas pessoas, é bastante reservado.
Vamos lá…
– Eronildo, nessa Pandemia, o Setor de Eventos foi, sem dúvidas, um dos mais afetados. Foi o primeiro a parar e será um dos últimos a retornar. O que ajudou ou foi feito pelo setor se segurar nesse momento?
EP- Realmente, o impacto da Pandemia no Setor de Eventos foi muito grande. Com a necessidade do isolamento social, todas as medidas de restrição atingiram diretamente o setor de Eventos.
Houve uma movimentação da Associação Brasileira de Produtores de Eventos (ABRAP) e da Associação Brasileira de Empresas de Eventos (ABEOC). Elas trabalharam juntas em busca de encontrar um direcionamento para a sustentabilidade do setor. Foi criada a MP948/20 para incentivar o adiamento dos eventos e não o cancelamento e a MP 936/20 que incentiva a suspensão de contratos como forma de manter o quadro de funcionários das empresas.
– De onde estão vindo as ajudas? Ou até agora não olharam pro setor?
EP- O apoio está vindo das Associações, do Sebrae, do Governo Federal, através do Pronamp e do Auxilio emergencial para os profissionais liberais e dos grupos locais de profissionais da área que estão se mobilizando para buscar recursos dos governos municipais, estaduais e federais. Também foi criada a Lei Aldir Blanc que vai trazer benefícios para os artistas.
– Na sua visão de administrador, acha que poderia ter sido feito mais; e/ou o que ainda pode ser feito?
EP- Faltou um pouco mais de “sensibilidade” do governo no sentido de reduzir ou até isentar os impostos para nesse momento manter a sustentabilidade das empresas, que sem eventos não têm receita. Também sinto a necessidade de maior proximidade do poder publico com os profissionais da área no sentido de compreender o que está acontecendo e entender as necessidades a curto, médio e longo prazo.
– Quais as perspectivas do setor para o pós-pandemia?
EP- Será um desafio recuperar a confiança das pessoas no sentido que o mercado ficará bem mais exigente com a relação à segurança sanitária dos espaços de festas. O nosso setor também enfrentará grandes desafios econômicos, tendo em vista à fragilidade financeira a que fomos submetidos, durante esse longo período de pandemia. Mas, acreditamos que devido ao grande número de sonhos adiados, 2021 será um ano de muito trabalho e um grande número de eventos realizados.
– Qual a importância do setor de eventos no meio social?
EP- É um setor de muita relevância, movimenta anualmente 210 bilhões de reais e traz milhões de empregos formais e informais para o nosso país, contribuindo com a distribuição de renda e gerando um grande volume de negócios.
– Agora vamos falar um pouco de Master. Qual foi a postura adotada pela empresa para enfrentamento da pandemia/quais os eventos realizados?
EP- A primeira postura da Master foi respeitar e aceitar o que está acontecendo. Aproveitamos esse tempo para buscar novos conhecimentos, capacitação e qualificação técnica, rever processos, posturas, revisar o nosso trabalho, pensar no que podemos melhorar com tudo isso para viver esse momento da forma mais produtiva que pudermos. Depois, criamos estratégias para permanecer com o nosso quadro de funcionários, permanecer em dia com nossos fornecedores e parceiros e principalmente entender e atender as novas necessidades dos nossos clientes. Nesse momento temos realizado eventos “boutique” que se destaca pelo nível de sofisticação, “jantares românticos” e pequenas comemorações em família, mas tudo isso com o mesmo capricho dos grandes eventos.
– Os clientes já devem procurar a Master para planejamento de eventos para o próximo ano?
EP- SIM! Podem e devem sim, buscar esse atendimento, tendo em vista que existe a necessidade de uma programação bem planejada para a organização de cada evento. Os sonhos foram adiados, mas todos os dias estamos buscando novas formas de oferecer um melhor atendimento, seja através de reuniões “on line” ou através de reuniões presenciais, mantendo sempre todos os cuidados necessários de acordo com as orientações da OMS.
– A Master, através de licitação, passou a administrar o “Parque da Criança. Por que vocês resolveram abraçar o Parque? Era um sonho antigo? Enfrentou alguma dificuldade em administrar o espaço?
EP- Nós (Eu e Liane) tínhamos um sonho de trazer algo grandioso para Mossoró, um espaço de entretenimento onde as famílias pudessem usufruir de forma leve, se divertindo e vivendo momentos muito especiais. Sonhávamos com um parque temático que fosse motivo de orgulho para nossa cidade. Quando apareceu a oportunidade, abraçamos. A nossa maior dificuldade é cultural, a falta do hábito das pessoas frequentarem o parque durante a semana.
– Vamos entender como você chegou até aqui… Antes de abrir a Master produções e eventos, em que você trabalhava?
EP- Meu primeiro trabalho foi no Armazém Vitória, era uma loja de atacado e varejo e eu exercia a função de vendedor. Meu Patrão era Ivo Lopes de Oliveira (in memorian), um grande homem que despertava o meu respeito e a minha profunda admiração. Em seguida, trabalhei no setor comercial da Fábrica de Alumínio Fortex, viajava mensalmente por quatro estados, tinha bons rendimentos, mas vivia longe da família e não tinha qualidade de vida. A Master surgiu devido à experiência de trabalho no ramo de eventos da minha irmã, Socorro do Requinte Buffet.
– Seu trabalho era bem diferente do que o que você desenvolve hoje. Houve alguma resistência para entrar no ramo e quando foi que você passou a se envolver, efetivamente, com eventos?
EP- Sim, minhas experiências anteriores eram diferentes da minha atividade de hoje. Mas, eu sempre estava próximo da minha irmã, ajudando nos eventos, dando – lhe um suporte. No princípio tive uma certa resistência porque eu precisava encontrar um propósito para assumir essa nova escolha. Foi quando eu entendi a importância e a necessidade da realização de eventos para a nossa economia, para a geração de empregos. Um evento reúne pessoas queridas, traz saúde, bem estar e felicidade para todos os envolvidos, realiza sonhos, gera emprego e renda e ainda envolve uma centena de empresas e profissionais. É uma gigante corrente do bem.
– Dá pra ver que você nasceu para o ramo. Como uma pessoa que entende tanto de eventos teve tanta resistência em entrar na área?
EP- Minha maior dificuldade era observar um objetivo de forma clara e entender a utilidade dessa atividade no progresso e bem estar da humanidade, quando isso passou a fazer sentido, tudo ficou prazeroso e desafiador.
– Você realiza um trabalho social na cidade. Como é desenvolver um trabalho na periferia e ao mesmo tempo trabalhar com o luxo?
EP- São realidades bem diferentes e necessidades distintas. Na periferia a gente visualiza as necessidades mais básicas, de alimentos, medicamentos, a necessidade de um trabalho, de acolhimento e de empatia. Nos eventos que a gente realiza as necessidades são outras, associar pessoas, celebrar a vida, comemorar conquistas e viver grandes realizações. Mas são duas atividades que pra mim são muito prazerosas. Sinto que as duas me fazem muito bem e percebo que a necessidade de me colocar no lugar do outro se impõe nos mais diferentes contextos.
– Qual sua visão desse momento que o mundo atravessa, acha que a humanidade se tornará melhor ou voltará com os mesmos vícios de sempre?
EP- Acredito que a humanidade está em processo de evolução, a mudança é difícil, mas as melhorias acontecem quando cada um toma pra si a responsabilidade e faz a parte que lhe cabe, e agindo assim, o mundo vai se tornando um lugar melhor, porque existem melhores pessoas, tentando encontrar a melhor forma de fazer pequenas e grandes coisas.
– Como é sua relação hoje com o seu trabalho? Alcançou aquele sonho de trabalhar no que gosta, ou tem dias que pensa em dar uma guinada profissional?
EP- Eu amo muito o que eu faço. Gerir eventos me traz uma enorme sensação de felicidade; é tudo feito com muita preparação e dedicação, e eu sonho em trazer para a nossa cidade eventos cada vez maiores e melhores, e estou sempre atento às oportunidades.
– Quais próximos sonhos/desejos pretende realizar? E há algum que, apesar de você querer, acha difícil realizar?
EP- Um dos meus grandes sonhos é proporcionar à cidade de Mossoró um Grande Espaço de Eventos… Sei que é um sonho possível de realizar, mas exige muito trabalho, dedicação e visão empreendedora. Eu não tenho medo de desafios. Tenho uma companheira competente, empreendedora, corajosa que me apoia, me estimula e não tenho dúvidas de que o sonho que sonhamos juntos vira sempre realidade.
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