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No quadro “6EIS PERGUNTAS” o entrevistado de hoje, 27, é o empresário e ex-candidato a prefeito de Mossoró, Tião Couto (PSDB). Fala de suas atividades e projetos futuros, e não poupa críticas às administrações do atual governador Robinson Faria (PSD) e da atual prefeita Rosalba Ciarline (PP), e de como Rosalba entregou o estado a Robinson Faria, e em que se baseia seu atual governo. Leia:
1 – O prefeito de São Paulo, João Dória, diz que não é político, apenas que quer governar São Paulo para dar como empresário sua colaboração nos diversos problemas da cidade. Você se considera o João Dória mossoroense?
Há uma identificação entre o que João Dória vem fazendo na Prefeitura de São Paulo e aquilo que nos propomos a realizar quando nos candidatamos a prefeito de Mossoró. Nos propomos a utilizar nossa experiência como empresário para aplicá-la ao serviço público, visando eficiência, otimização e fazendo valer cada centavo que é investido. Para isso é preciso ter coragem de se afastar do modelo de política tradicional pelo qual há um círculo vicioso na relação do gestor com os apoiadores políticos. A ideia é administrar da forma correta, sem ceder ás pressões, para que o cidadão veja cada centavo que ele paga em impostos retornando em forma de bons serviços.
2 – Acompanhando sua trajetória de vida, me parece que o senhor está se encantando com política. Até que ponto isto é verdade?
Não é com a política que estou me encantando, e sim com a possibilidade de fazer alguma coisa concreta para provar que é possível fazer uma gestão pública diferente. O que me motiva é acreditar que é possível deixar nossa zona de conforto em que nos contentamos apenas em criticar e condenar a roubalheira. Quero mostrar que é possível descruzar os braços e mostrar um novo jeito de fazer, a partir da experiência que tive como empresário. E fico feliz porque já estamos vendo muitas outras lideranças empresariais pensando que é chegado o momento de fazer alguma coisa a mais.
3 – Tião, 2018 está aí. O senhor tem algum plano político para enfrentar este desafio, e em qual posição? Há possibilidade de concorrer a algum cargo no Legislativo?
Quando começamos a pensar o Movimento Mossoró Melhor muitos pensaram que era fogo de palha. E fizemos uma bonita campanha em Mossoró que recebeu 52 mil votos. E agora vejo que existem muitas pessoas querendo levar esse movimento para o Estado todo. Não sei ao certo como será isso e em qual posição estaremos lutando, mas posso afirmar com certeza que a motivação que tive para plantar uma nova semente em Mossoró existe para plantá-la no Estado inteiro. Ainda é cedo para pensarmos no cargo que disputaremos, porque o projeto não é meu, pertence as forças que estão se unindo para apresentá-lo ao RN. Caso entendam que minha experiência e história de vida são suficientes para conquistar a confiança do povo potiguar, o que posso dizer é que não sou homem de fugir aos desafios. Minha motivação continua.
4 – Como o senhor analisa os primeiros cinco meses da gestão de Rosalba Ciarlini (PP). Ela está correspondendo aos anseios da população mossoroense? Qual nota o senhor daria ao governo de Rosalba?
Infelizmente Rosalba continua administrando Mossoró com o mesmo modelo que implantou no passado. Muita conversa, muito marketing e pouca coisa de futuro. Lamento que Mossoró esteja assistindo a uma prefeita fazer propaganda de cada ato administrativo, como se ela fosse um produto à venda. Gostaria muito que Rosalba fizesse anúncio de alguma ação para a retomada do desenvolvimento, para geração de emprego e renda, para fortalecimento dos nossos potenciais econômicos, obras de infraestrutura, na segurança, na saúde e na educação. Mas o que vemos é só um oba-oba. A cidade está pagando um preço e vai pagar mais ainda no futuro pela falta de visão e de projeto que a prefeita não tem. Ela fez isso no Estado, a quebradeira de hoje no Estado, principalmente na segurança, é fruto dos quatro anos em que ela não fez nada como governadora. Incrível é ver agora a prefeita reclamar de segurança no RN quando ela em quatro anos não moveu uma palha para melhorar a segurança. E agora quando a bomba estoura ela se faz de doida, isso é muito grave, demonstra uma falta de preocupação com o povo e com suas necessidades.
5 – A prefeita vem constantemente usando o discurso de “herança maldita”. Como fugir deste discurso e fazer as obras e serviços que a população precisa?
Rosalba se habituou em governar olhando para o retrovisor. E ela faz isso porque é o único discurso que lhe resta. Como ela não tem capacidade de resolver os problemas, o mais fácil é jogar a culpa no antecessor. Mas ela foi eleita sabendo que existiam os problemas e dizendo que ia resolver tudo. A prefeita parece que não olha o próprio retrovisor para enxergar que ela entregou um Estado quebrado a Robinson Faria, assim como já tinha entregue uma prefeitura quebrada a Fafá. A sorte dela é que tanto Fafá, como Robinson, por serem aliados dela, ficaram de boca fechada. Acho que o povo está cheio disso, na situação em que a cidade se encontra não dá para ficar com retrovisor e desculpas eternamente, e sim, apresentar soluções para os problemas. O que estou vendo é que a prefeita não sabe o que fazer com os problemas que encontrou e isso é grave porque daqui a pouco isso vira uma bola de neve e pode ser uma verdadeira hecatombe para Mossoró.
6 – Quanto ao governo estadual, como o senhor vê a atual gestão? Como resolver a questão da insegurança que atormenta nossa população?
O governo de Robinson Faria padece de um mal que se aplica a muitos governantes. A falta de um projeto de governo e de futuro. O governador é pautado pelas circunstâncias, explode um problema na saúde e ele sai para resolver, depois aparece um na segurança e ele vai tentar tapar o buraco. É um governo que está sempre atrás e nunca na frente dos problemas. Minha experiência diz que administrar significa resolver os problemas, mas acima de tudo ir executando ações para no futuro evitar que os problemas explodam novamente. Não se trata apenas de tapar o buraco, mas de trabalhar para que o buraco não volte no ano seguinte. Na questão da segurança o governo tem problemas sérios porque nunca planejou a segurança a curto, médio e longo prazo. A cada dia surge uma notícia negativa que vai nocauteando o governo que fica zonzo sem saber o que fazer. Segurança requer planejamento estratégico e decisão de investir para executar o que se planejou. Segurança não pode ser marketing, tem que ser trabalho eficaz e com resultados práticos.