A advogada e candidata a uma vaga no Conselho Federal na chapa do atual Presidente da OAB/RN, Aldo Medeiros, Mariana Bezerra, publica em suas redes sociais nota em defesa da candidata a presidência da OAB-Mossoró, Vânia Furtado, que nos últimos dias tem sofrido reiterados ataques por parte de adversários na disputa.
A novidade da vez contra Vânia é quanto ao exercício e atuação como advogada. Para alguns críticos da candidata, o que importa para ser advogado é o numero de processos em que a advogada militou.
Na nota Mariana diz não estranhar esse comportamento de alguns colegas, mas infelizmente é o que acontece. E mais, para Mariana, reproduzir falas desse tipo trará prejuízo para a classe e suas lutas.
Veja nota na íntegra:
Nada novo, de novo.
Não me estranha, infelizmente, que o exercício/atuação profissional de uma mulher esteja sendo questionado.
Não me estranha que pessoas teoricamente imbuídas de responsabilidade social estejam reproduzindo essas falas achando que não há prejuízo nenhum as nossas lutas.
Não me estranha que pessoas não reconheçam transversalidade social em nossa vida profissional.
Não me estranha que pessoas vociferem em período eleitoral que advogado/a deve viver de honorário e alvará, mas que exerçam suas funções remuneradas através de salário em cargos comissionados (por exemplo) ou outras funções públicas – e, ressalte-se, também são advogados.
Não me estranha, na advocacia, que determinado grupo pense que só é advogado quem tem isso ou aquilo.
MUITO me estranha que as mesmas pessoas digam que reconhecem uma crise instalada na advocacia, mas limitem a atuação do advogado/a ao litígio.
MUITO me estranha que as mesmas pessoas que dizem cientes das dores de delícias do/a advogado/a, não legitimam a advocacia extrajudicial, as atividades de consultoria, a educação/ensino jurídico e todas as outras atividades privativas de advogado/a.
MUITO me estranha que as mesmas pessoas que dizem ter olhar sensível a nova advocacia, reverbere quantidade de processo para legitimar representação.
MUITO me estranha que esses advogados/as pretendam representar uma classe inteira a partir da perspectiva de uma bolha.
Advogado/a é quem vive a advocacia, independente de funções cumuladas. Independente da quantidade de estrada percorrida, dos anos de atuação ou da quantidade de processo.
Mas, ao final, de onde tiramos o direito de ser régua para medir a competência do nosso colega de profissão? Em medindo, poderíamos representá-los satisfatoriamente?
Mariana Bezerra, advogada e vice-presidente da Comissão da Mulher Advogada.
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